Você tem sido cristão só nas suas horas vagas? Parece como uma vela, que é guardada na gaveta e vem a ser acesa apenas em algumas ocasiões. Observe a pergunta do salmista ao escrever no Salmos 85: 6 - Não nos tornarás a reviver, para que o teu povo se alegre em Ti? - O verbo hebraico traduzido por reviver (חיה — chayah) é o verbo da vida: trazer de volta à vida, restaurar o vigor, restituir o ser ao pulso de antes.
Nosso devocional de hoje é o texto de Salmos 85: 6-9
Não é apenas uma melhoria de circunstâncias; é uma restauração existencial — espiritual e comunitária. O salmista, lembrando favores passados de Deus, pede: “Senhor, dá vida de novo ao nosso povo, para que possamos alegrar-nos em Ti.”
Esse pedido porém não visa primeiro “coisas” melhores, mas que Deus nos devolva a alegria de estar com Ele — a alegria que nasce da salvação, não da estabilidade externa.
Repare na gramática hebraica: a pergunta é negativa e retórica — “Não reviverás?” — que, na prática, pressiona para uma resposta afirmativa. É a oração do povo que já conhece a fidelidade de Deus e, por isso, faz uma súplica confiante, quase: “Senhor, sabemos que Tu podes — e esperamos que o faças.”
Essa nuance fortalece a esperança ativa: não é suplicar por algo improvável; é recordar a fidelidade passada e ter certeza, em fé, que Deus cumprirá sua própria misericórdia agora.
Então ao oramos por renovação, nossa oração é esperançosa se lembrarmos dos atos passados de Deus — não como superstição, mas como argumento baseado na aliança.
Depois do pedido pelo reviver e pela misericórdia/salvação, o salmista diz: “Escutarei o que Deus, o SENHOR, falar” (verso .8).
O salmista não fica apenas pedindo; ele se coloca atento ao que Deus falar. A promessa é clara: Deus “falará paz ao seu povo” — e essa paz, muitas vezes, é interior e formativa; mas ela exige que o povo não volte à antiga loucura (pecado, padrões antigos).
O reviver de que o texto trata está condicionado à nossa capacidade de abrandar a nossa pressa e ouvir a voz que reconstrói.
O versículo 9 afirma algo surpreendente para tempos de crise: a salvação está próxima para os que temem ao Senhor, para que a glória more em nossa terra. Isso desloca a esperança do plano meramente espiritual para um horizonte comunitário e social: a presença salvadora de Deus tem efeitos que “moram” na terra — justiça, paz, fruto — quando o povo responde temendo a Deus e sedo obediente.
A fé que espera reviver não é um pedido pessoal isolado; é uma expectativa de transformação moral e social: onde o povo teme a Deus e recebe sua graça, a “glória” (a manifestação do caráter divino) torna-se realidade no coletivo.
O salmista está pedindo o que Davi pede em Salmos 51: “Restaura-me a alegria da tua salvação” — a mesma vocação: recuperação da alegria relacional com Deus que leva à transformação e ao testemunho. Reviver = recuperar a alegria que produz ação (ensinar, converter, frutificar).
Oremos assim: "Senhor Deus, Tu que és o Doador da vida, reviva-nos hoje. Restitui a alegria da Tua salvação em nossos corações; fala paz às nossas almas e não nos deixes voltar à loucura. Dá-nos temor santo que nos aproxime de Ti e faz com que a Tua glória encontre morada entre nós. Em nome de Jesus, amém".

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